O que fazer quando uma investigação tem uma exposição elevada a riscos éticos?

Se a instituição onde está sediada a investigação tem uma política para a gestão de riscos éticos, deve ser adotada a política da instituição, com procedimentos sistemáticos para identificar os riscos éticos e os seus potenciais impactos, recorrendo a métodos quantitativos ou qualitativos, como análise de dados, inquéritos, entrevistas ou construção de cenários. Todo o processo de investigação deve ser acompanhado por registo e sistematização dos riscos, utilizando uma matriz criada especificamente para esse efeito.

Os riscos éticos identificados devem ser alvo de verificação e parecer da Comissão de ética da universidade. Ao longo de processo de investigação devem ser implementadas medidas apropriadas para a sua prevenção, redução e resolução no curto e longo prazo, se tal for necessário. Esta monitorização deve ser devidamente registada e acompanhada pela Comissão de Ética, podendo ser comunicada publicamente, em formato agregador, enquanto demonstração do compromisso institucional com a ética e a integridade da investigação.

Se a instituição onde está sediada a investigação não tem uma política para a gestão de riscos éticos, deve ser considerada a aplicação de um código de conduta ética que evidencie os princípios, valores e normas de conduta, tomada de decisão e responsabilidades ao longo da investigação. Este código deve especificar o que fazer para lidar com conflitos de interesse, confidencialidade, privacidade, diversidade e vulnerabilidade, direitos humanos e eventuais impactos sociais.

A utilização de planos de contingência de riscos éticos deve ser considerada para a sua mitigação. Pode ainda ser considerada a realização de formação ética em formatos como workshops, seminários, webinars, cursos online, estudos de caso, simulações, jogos ou mentoria para habilitar os participantes a lidar com a exposição a riscos éticos.