O que são metadados e para que servem?

A reutilização dos dados depende da existência de metadados completos, consistentes e atualizados, que descrevam o contexto da recolha, o conteúdo, a estrutura, as variáveis, bem como as condições de acesso, utilização e preservação. Os metadados são parte integrante do processo de curadoria de dados e devem ser armazenados e preservados juntamente com os conjuntos de dados, assegurando a conformidade com os princípios FAIR.

Por exemplo, ainda que um conjunto de dados não possa ser disponibilizado em acesso aberto por não cumprir as condições de anonimização ou por conter informações sensíveis e/ou sujeitas a direitos de terceiros, a publicação dos metadados continua a ser necessária pois permite dar visibilidade à existência do estudo, identificar o responsável pela investigação e promover a transparência e a possibilidade de contacto para eventuais pedidos de acesso controlado, a ser regulado por acordo formal.

Os metadados devem permitir compreender como e em que contexto os dados foram produzidos e processados, garantindo a interpretação correta, a rastreabilidade das versões e o suporte à validação científica dos resultados. Devem igualmente documentar transformações efetuadas, processos de anonimização e restrições de uso aplicáveis.

Sempre que possível, devem ser adotados padrões reconhecidos de metadados, como Dublin Core, DataCite ou CERIF, em conformidade com as recomendações do repositório institucional e das políticas institucionais de gestão de dados. A adoção destes esquemas facilita a interoperabilidade entre sistemas, melhora a descoberta e o acesso aos dados, e promove a reutilização responsável por outros investigadores e projetos.