Reutilizar dados num novo projeto equivale, portanto, a definir, uma nova finalidade e, consequentemente, a exigir um novo consentimento. Assim, se um projeto prevê recolher dados para os seus objetivos principais, mas também a possibilidade de reutilização futura noutros projetos, há duas formas de estruturar o formulário de consentimento:
• Consentimentos prévios múltiplos: o formulário de consentimento deve incluir tantos consentimentos específicos e autónomos quantos os projetos que recolham ou se prevê virem a utilizar os dados. Cada projeto deve ser apresentado em caixas de seleção separadas, permitindo que o participante aceite colaborar no projeto inicial, mas possa aceitar ou recusar a utilização em investigações posteriores. Cada consentimento exige a disponibilização de uma Ficha de Informação ao Participante (FIP) própria, o que pode tornar o processo mais complexo quando as informações relativas aos futuros projetos ainda não estão totalmente definidas.
• Consentimento dinâmico: em alternativa, o participante pode ser convidado a consentir previamente a possibilidade de ser contactado novamente no futuro, de modo a ser informado sobre cada nova reutilização e forma de tratamento específicos e, nesse momento, decidir se consente ou não na reutilização dos seus dados. Este modelo garante que cada decisão é tomada de forma informada, contextualizada e atualizada, assegurando sempre a possibilidade de aceitação ou recusa.